MC Cadê
Olá melhores leitores do universo e região! Tudo bem por aí? Espero que sim sempre.
“Quem fecha cum nóis? O bonde pisa nas nuvi no doze mola… nóis é pior que o Saddan nóis é pior que o Bin Laden… Tava no fluxo avistei a novinha no grau, sabe o que ela qué?”
Dessa reprodução Frankenstein composta de várias letras de Funk, eu não consegui traduzir quase nada, mas engana-se quem pensa que esse texto está sendo feito para execrar o estilo de música. É fato que o Funk – não aquele da década de sessenta, ‘criado’ partir da soul music, com bastante ênfase nas batidas, influências do rhythm and blues, jazz e do rock psicodélico e que nasceu nos Estados Unidos especialmente em Memphis e Detroit – mas sim o funk tupiniquim, incomoda muita gente, principalmente porque dizem por aí que funkeiro não usa fone de ouvido. Alguém lembra ‘meu direito termina onde começa o seu?’
Por isso eu gosto muito do Mc Cadê. Aquele que já lançou os álbuns: Mc Cadê – A Harmonia; Mc Cadê – Minha formação musical; Mc Cadê – Referências musicais de grandes compositores; entre outros. A grande diferença entre o Mc Cadê e os demais funkeiros e apreciadores do funk nacional é simplesmente o acesso. Como alguém vai saber se gosta de algo, se não o conhece?
E esse acesso, de onde viria? Ah, tem que vir da escola! Não, tem que vir da mídia! Não, tem que vir da família! A verdade é que ele vem de todos esses lugares. Seja em qual aspecto ou área de conhecimento, o problema nunca será ‘isso é ruim, isso é bom’ e sim, o limitante em se conhecer parte de algo, apenas uma faceta de um todo e tomá-la como referência. E hoje, com tanta fonte de informação às mãos, é no mínimo preguiça se satisfazer com tão pouca informação sobre algum conteúdo.
Talvez hoje a busca pelo conhecimento em áreas como literatura, música, entre outras, num sistema educacional público falido, dependa muito mais de um esforço e interesse do aluno e uma informalização da relação aluno/professor, filho/pais, etc. Uma boa conversa de corredor, às vezes é muito mais produtiva do que aquela aula sacal e interminável. Porque daí sim, nessas trocas de conteúdos e com mais bagagem, o jovem brasileiro teria uma escolha mais genuína sobre música, literatura e demais expressões artísticas.
Porque, caso contrário, só conhecerão o álbum Mc Cadê – Meu carrão e as novinhas que é o que importa.
